Reajuste do Judiciário vetado por Lula era uma das prioridades de Fachin
Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2025    16h53

Reajuste do Judiciário vetado por Lula era uma das prioridades de Fachin

Presidente do STF articulou aprovação da medida no Congresso, mas Lula sancionou apenas uma das três parcelas de recomposição previstas para evitar descumprir a Lei da Responsabilidade Fiscal

Fonte: Gabriela Boechat, da CNN
Foto: Antonio Augusto/STF
Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal

 

A proposta de recomposição salarial dos servidores efetivos do Poder Judiciário, vetada parcialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (22), era uma das prioridades do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin.

Desde que assumiu o comando da Corte, Fachin tem defendido publicamente a valorização da magistratura e dos servidores do Judiciário. Na última sexta-feira (19), por exemplo, ao discursar no encerramento do ano Judiciário, o ministro voltou a destacar o tema como uma das prioridades para 2026. “Para 2026, creio termos um encontro marcado com alguns temas relevantes, dentre eles: remuneração da magistratura”, afirmou.

Quando a proposta de recomposição ainda tramitava no Congresso, Fachin chegou a se reunir com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para defender a aprovação do texto.

O STF argumenta que é necessário corrigir perdas inflacionárias acumuladas desde 2019. Segundo a Corte, não se trata de um aumento no salário, mas de uma recomposição necessária que não é feita há anos.

No Legislativo, a articulação funcionou. A proposta foi aprovada nas duas Casas em tramitação célere, prevendo um reajuste em três parcelas cumulativas de 8%, a serem pagas em 2026, 2027 e 2028. A correção abrange os vencimentos básicos dos cargos efetivos, dos cargos em comissão e das funções comissionadas dos servidores do Poder Judiciário.

Ao chegar ao Palácio do Planalto, porém, o texto foi parcialmente barrado. Lula decidiu sancionar apenas a primeira parcela do reajuste, que começará a ser paga em 1º de julho de 2026.

De acordo com o governo, as parcelas previstas para 2027 e 2028 ocasionaria um aumento da despesa em períodos posteriores ao final do mandato de Lula, o que contraria a lei de responsabilidade fiscal.

No artigo 21 da legislação, está previsto que será nulo qualquer ato que resulte em "aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular".

Outra proposta defendida por Fachin foi a criação do Adicional de Qualificação (AQ) para os servidores das carreiras do Judiciário. O texto havia sido aprovado no Congresso e foi sancionado integralmente por Lula nesta segunda.

O benefício será concedido a servidores que tenham participado de ações de capacitação, concluído cursos de graduação ou obtido títulos, diplomas ou certificados de pós-graduação, além de certificações profissionais.

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