A Secom (Secretaria de Comunicação do Governo), comandada pelo publicitário Sidônio Palmeira, afirma que o governo não vai taxar plataformas digitais norte-americanas como resposta à elevação de tarifas sobre o aço e o alumínio, anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A medida de Trump, se oficializada, atingirá diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para a nação norte-americana —exportando 48% de tudo o que vende no exterior para os EUA.
Nesta segunda (10), a coluna revelou que a taxação das plataformas estava em estudo no governo. O Brasil já debatia a possibilidade, inclusive no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Países como o Canadá já adotaram a chamada "digital tax", definindo uma alíquota de 3% sobre a receita obtida com serviços digitais que dependem de contribuições de engajamento, dados e conteúdo de usuários canadenses, além de vendas ou licenciamento de dados de usuários do país.
A taxação seria apenas antecipada no contexto de uma resposta aos EUA, de acordo com uma autoridade que participa dos debates sobre como reagir a Trump.
A Secom afirma, no entanto, que a medida não está na mesa de Lula no momento, e que não é possível misturar os assuntos, "menos ainda como resposta ao presidente Trump".
"Não haverá taxação associada à resposta aos EUA" caso o país imponha tarifas elevadas ao aço e ao alumínio, diz a Secom.
O governo brasileiro está fazendo de tudo para evitar uma guerra comercial com Trump.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo só se manifestaria depois de anúncios concretos, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disse que o governo Lula só reagirá depois de um anúncio oficial dos EUA sobre a elevação de tarifas.
Com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH