Secom diz que governo não vai taxar plataformas digitais como resposta a tarifas de Trump
Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2025    19h05

Secom diz que governo não vai taxar plataformas digitais como resposta a tarifas de Trump

Medida está em estudo, mas secretaria afirma que ela não está na mesa do presidente e que assuntos não serão 'misturados'

Fonte: Mônica Bergamo/Folha
Foto: Ricardo-Wolffenbuttel/SECOM/ND
Brasil é o segundo principal fornecedor de aço dos Estados Unidos

 

A Secom (Secretaria de Comunicação do Governo), comandada pelo publicitário Sidônio Palmeira, afirma que o governo não vai taxar plataformas digitais norte-americanas como resposta à elevação de tarifas sobre o aço e o alumínio, anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A medida de Trump, se oficializada, atingirá diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para a nação norte-americana —exportando 48% de tudo o que vende no exterior para os EUA.

Nesta segunda (10), a coluna revelou que a taxação das plataformas estava em estudo no governo. O Brasil já debatia a possibilidade, inclusive no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Países como o Canadá já adotaram a chamada "digital tax", definindo uma alíquota de 3% sobre a receita obtida com serviços digitais que dependem de contribuições de engajamento, dados e conteúdo de usuários canadenses, além de vendas ou licenciamento de dados de usuários do país.

A taxação seria apenas antecipada no contexto de uma resposta aos EUA, de acordo com uma autoridade que participa dos debates sobre como reagir a Trump.

A Secom afirma, no entanto, que a medida não está na mesa de Lula no momento, e que não é possível misturar os assuntos, "menos ainda como resposta ao presidente Trump".

"Não haverá taxação associada à resposta aos EUA" caso o país imponha tarifas elevadas ao aço e ao alumínio, diz a Secom.

O governo brasileiro está fazendo de tudo para evitar uma guerra comercial com Trump.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo só se manifestaria depois de anúncios concretos, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disse que o governo Lula só reagirá depois de um anúncio oficial dos EUA sobre a elevação de tarifas.

Com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH

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