Governo discute preços dos alimentos após polêmica sobre 'intervenções'
Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025    15h55

Governo discute preços dos alimentos após polêmica sobre 'intervenções'

Ministro da Casa Civil, Rui Costa, falou em 'intervenções' durante entrevista, mas assessoria informou que ele se referia a 'medidas'. Inflação dos alimentos fechou com alta de 7,69% em 2024.

Fonte: Filipe Matoso, Marina Franceschini, Kellen Barreto/GloboNews — Brasília
Foto: G1

 

Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram nesta quinta-feira (23) no Palácio do Planalto para discutir os preços dos alimentos.

A inflação do grupo "alimentos e bebidas" ficou em 7,69% em 2024, acima do aumento de 1,11% registrado em 2023.

Com isso, na prática, houve aumento nos preços cobrados nas prateleiras dos supermercados, o que tem preocupado o governo.

GloboNews apurou com fontes que o encontro desta quinta reuniu, por exemplo, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Melo.

A reunião terminou pouco antes das 13h. Fora dos microfones, Paulo Teixeira deu uma declaração rápida a jornalistas e disse que:

  • uma nova reunião foi marcada para esta sexta (24);
  • qualquer medida definida só será anunciada pelo presidente Lula;
  • o governo não cogita mudar regras sobre a validade dos alimentos.
  • O encontro acontece um dia após uma polêmica causada por uma declaração de Rui Costa em que o ministro mencionou a possibilidade de o governo fazer "intervenções" para reduzir os preços dos alimentos.

    Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rui Costa disse:

    "Nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento Rural, que pega as pequenas propriedades, e o ministério da Fazenda para a gente buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos".
    Ministro da Casa Civil, Rui Costa — Foto: EBC/Reprodução

     

    Explicações da Casa Civil

    Diante da repercussão negativa em razão do uso da expressão "intervenções", a Casa Civil divulgou a seguinte nota:

    "A Casa Civil informa que não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo irá discutir com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas. Ainda não é possível avançar no detalhamento de tais medidas antes da realização das reuniões que irão tratar do assunto."

    Além disso, o governo federal divulgou um comunicado no qual atribuiu a Rui Costa a seguinte frase: "Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de ações que sinalizem para o barateamento dos alimentos.

    À colunista do g1 e comentarista da GloboNews Ana Flor, Rui Costa disse que não haverá o que chamou de "intervenção artificial".

    "Vamos tomar medidas para ajudar os pequenos produtores a terem custo menor de produção e, desta forma, oferecerem alimentos a preços menores", acrescentou.

    À GloboNews, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que está no radar do governo a inflação de alimentos, principalmente ligada aos produtos exportáveis: carne, café e açúcar.

    Segundo ele, o primeiro fator é o câmbio, e o segundo, o chamado ciclo pecuário.

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