Há diversos fatores associados com dependência alcoólica, tais como condições de saúde mental e genéticas. Porém, há um fator que normalmente não é visto:
O Intestino
Pois saiba que dependendo dos microrganismos do intestino, isso pode fazer com que a pessoa se torne mais vulnerável ao uso e abuso do álcool.
De acordo com Andrew Day; um microbiologista molecular da Tufs University in Medford, Massachusets, com extensa pesquisa por anos, conseguiu mostrar essa correlação.
O pesquisador mostra que com disbiose, pode haver sinalizações indutoras de adição alcoólica, e ao mesmo tempo, mostra que através da correção da flora intestinal, pode-se reparar esse condicionamento.
Refere que a presença de altas concentrações de fungos em especial, Cândida Albicans no intestino contribui para um aumento do consumo de álcool em animais.
Conexão cérebro-intestino
Sabemos que há uma comunicação complexa entre intestino e cérebro, através do nervo vago, o que influência a adição alcoólica, de duas maneiras:
Condição criada por agressores da mucosa intestinal como estresse, dieta errada, alergias alimentares, certas medicações e condições como Síndrome do Intestino Inflamado e no caso, excesso de uso de bebida alcoólica. Esses agressores, lesam a camada do epitélio intestinal, tornando a mucosa porosa pela inflamação gerada.
Com isso, o intestino se torna poroso, permitindo que partículas de alimentos e bactérias atinjam a circulação.
Quando isso acontece, as células imunológicas liberam mediadores inflamatórios, como as citoquinas. Essas proteínas podem chegar no cérebro, através do nervo vago ou atravessando áreas fragilizadas da barreira hemato encefálica, uma camada celular que protegem o cérebro de lesões.
A inflamação subsequente pode afetar o cérebro promovendo a compulsão alcoólica.
As citoquinas geram triptofano, que aumentam a serotonina, acima do normal, trazendo reações adversas.
A área da amigdala cerebral aumenta sua atividade em resposta a inflamação.
Haverá ativação de área do cérebro envolvida na inibição do controle do comportamento compulsivo; desencadeando o problema.
As moléculas boas produzidas pelo intestino, agem na função cerebral. Os Lactobacillus podem produzir Gaba; Enterococcus produzem serotonina, e Bacillus podem gerar Dopamina. Os ácidos graxos de cadeia curta são liberados quando a fibra alimentar é fermentada pelas bactérias do intestino, com propriedades neuro ativas.
Porém, com a disbiose, haverá impacto negativo nessas moléculas tornando a pessoa mais sensível à adição, com maiores sintomas de compulsão quando comparadas com pessoas com microbioma intestinal equilibrado.
De acordo com Drew Kiraly, um médico psiquiatra do Wake Forest Univertsity in Winston –Salem, North Carolina, observa-se a associação entre disbiose e comportamento compulsivo para estimulantes e opioides.
Quando se estimula um animal nas suas experiências, com o uso de antibióticos, ocorre aumento de desejo por cocaína e fentanil.
Portanto, deve se evitar essa personalidade de dependência, de desejos compulsivos corrigindo a flora intestinal com:
– Dieta rica em frutas, pouco açúcar
– Consumir alimentos fermentados como chucutes, kefir, yogurte, zenkkô juice, etc.
– Consumir uma quantidade adequada de fibras dietéticas para se ter efeito prebiotico
– Suplementar com um bom probiotico de ampla variação de cepas
Com isso corrige-se disbiose e evita se essa vulnerabilidade de comportamento impulsivo patológico.